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quinta-feira, 29 de março de 2012

WRC de volta aos anos 80?


Este ano podemos observar que estamos tendo alguns preparativos para mudanças no campeonato Mundial de Rally. Um dos nortes de Jean Todt na Presidência da Federação Internacional de Automobilismo tem sido a recuperação dos grandes campeonatos mundiais que a FIA já promoveu. É, por exemplo, tendência contrária a que o seu antecessor, Max Mosley, seguia. O inglês, historicamente ligado ao circo da Fórmula 1, deu carta branca para que Bernie Ecclestone tornasse a categoria do 'seu' Mundial a única grande categoria do automobilismo mundial, acabando ou tentando acabar com campeonatos que tinham dimensões semelhantes antes de seu mandato.

Algo palpável que mostra que este norte está sendo cumprido é a volta do Campeonato Mundial de Endurance, o WEC, promovido pelo Automobile Club d'Ouest, promotor também das 24 Horas de Le Mans. E o Mundial de Rali também não fica de fora destas mudanças. O WRC não acabou enquanto durou o reinado de Max Mosley, mas foram tantas as tentativas de diminuir ou acabar com o campeonato que o Mundial definhou. Felizmente, isto ficou no passado e Todt, que surgiu para o mundo como navegador de David Richards na equipe Peugeot Talbot e depois acabou virando chefe do mesmo time, está trabalhando para restaurá-lo.

Uma ideia para revitalizar o campeonato é fazer com que o passado reative a memória afetiva dos fãs e os traga de volta ao campeonato. Assim, passam a ter papel importante fatores que vem sendo deixados de lado no automobilismo e que, de fato, nunca tiveram muito peso nas decisões dos dirigentes desportivos. Alguns são subjetivos, como o carisma e o valor desportivo de uma prova ou um trecho, e podem passar a ter mais valor do que apenas o eventual valor financeiro que pode vir a ser obtido numa outra escolha.

Outra ideia é expandir o campeonato para o restante do mundo, Pois podemos observar que temos 13 etapas do todo no ano, sendo que 10 delas são concentradas na Europa, A ideia é retirar algumas etapas, e adicionar outras, Segundo informações alguns países que poderiam entrar no calendário do WRC seriam Brasil, China, Russia e entre outros países no continentes Africano e também a inclusão de mais uma etapa de inverno, Além da Suécia. Mas nesta ideia entramos em um dilema. Para adicionar mais etapas seria necessário retirar algumas da Europa, agora com a volta do clássico Rally de Monte Carlo na França, que inclusive ja possui uma etapa do campeonato, qual dos países sairia do calendário?  Acredito que um deles seria a Grécia pela sua situação financeira. Mas este quesito deixamos para a presidência da FIA, e resta a nós Fãs aguardar o resultado deste dilema.

Por isso, trechos que vivem no imaginário dos fãs do rali mundial, como os noturnos, como o Col de Turini, do Rallye Monte Carlo, o Ouninpouhja do Rali da Finlândia ou até mesmo o Fafe-Lameirinha do Rali de Portugal, hoje, estão em alta, sendo cogitados para trazer de volta aquela aura dos tempos de outrora, quando o WRC perdia por muito pouco em relevância para a F1.

Os trechos monegasco e o finlandês têm sua volta garantida. No caso do luso, um evento teste foi realizado neste último final de semana e, como a ACP, o Automóvel Clube de Portugal, organizador da prova, pretende fazer mudanças no trajeto da etapa do mundial, seria uma boa aposta para o futuro. Claro, não é certeza que esta estratégia vai funcionar e que o Mundial de Rali voltará aos velhos tempos do Grupo B, no início da década de 1980. Mas certamente é uma estratégia interessante para fazer uma categoria voltar aos seus bons tempos. E certamente é algo que agrada aos fãs.